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Saúde

Emagrecimento: especialista esclarece os principais pontos

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Apoio de equipe multidisciplinar composta por médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais da educação física é importante

O médico Luis Felipe Paschoali (CRM-SP 146.002 e RQE 114.836) diz que emagrecer é fácil, especialmente com os novos medicamentos que vêm sendo lançados no mercado. Ele conta que está previsto para ser comercializado no Brasil, no próximo ano, a Terzipatida, que pode promover uma perda de 22% do excesso de peso, equivalente a resultados semelhantes à cirurgia bariátrica.

O especialista ressalta que a grande dificuldade é manter a perda de peso, pois uma vez que o indivíduo ganha, o corpo presume que aquele é o ideal. O médico explica que, quando houver emagrecimento, o corpo vai liberar hormônios, ativar vias neurológicas e metabólicas, aumentando a fome para a pessoa recuperar o estoque de energia utilizado. Como consequência, a pessoa engorda novamente. Por isso o efeito sanfona, que consiste na perda de peso com posterior reganho, é tão comum, pois o corpo entende que aquela perda foi decorrente de um período de fome. Portanto, ele repõe os estoques de energia utilizados assim que tiver a chance.

Dieta

Segundo Luis Felipe, não existe dieta ideal para emagrecer. Cada pessoa tem o seu próprio, metabolismo e rotina diferente. “A chave para o sucesso é não passar fome durante o dia. O que torna o fracionamento das refeições fundamental é permanecer satisfeito, evitando exagero, tornando menos provável que haja uma ingestão calórica excessiva”, orienta.

Os horários das refeições, como alerta o médico, não devem ser negligenciados. Ele lembra que as pessoas costumam comer mexendo no celular, trabalhando ou assistindo televisão, o que pode fazer com que comam mais simplesmente por desatenção. “A refeição deixou de ser aquele momento no qual a família se reúne à mesa para conversar sobre o dia e isso influencia a forma de se alimentar”, lamenta. Mais importante que cortar alimentos para perder peso, é ter uma alimentação balanceada que contenha carboidratos (frutas, verduras, legumes, grãos), proteínas (carnes e alguns vegetais), gorduras (não em excesso), ou seja, o prato precisa ser colorido. Paschoali chama a atenção para que as refeições não sejam puladas porque aumenta a probabilidade de chegar na próxima com muita fome e ter exageros na quantidade. “Quando possível, é importante consultar um nutricionista que irá prescrever um plano alimentar balanceado e personalizado, considerando preferências alimentares da pessoa e o horário de trabalho. Dessa forma, as chances de adesão ao plano proposto aumentam muito”, destaca.

Jejum intermitente

Consiste em permanecer em jejum na maior parte do dia e a liberação para se alimentar em um pequeno espaço de tempo durante o dia. Algumas pessoas podem passar até 18 horas em jejum. Os objetivos propostos são acelerar o metabolismo e fazer com que o corpo utilize as reservas de gordura como principal fonte de energia para a realização das atividades diárias, visando a diminuição da gordura.

Paschoali salienta que o grupo que se beneficia desse método é composto por aqueles que conseguem passar muitas horas sem comer e quando estão liberados para quebrar o jejum, eles têm uma dieta balanceada com alimentos saudáveis e não extrapolam a quantidade de calorias recomendadas para o consumo no dia. “Cada um tem a taxa de metabolismo única, que pode variar e depender de vários fatores, como atividade física ou algum tipo de medicamento que esteja fazendo uso. Portanto, a dieta deve ser prescrita por profissional qualificado para considerar diversos fatores, como doenças associadas, alimentos que o paciente gosta ou não, dentre muitos outros”, ressalta.

Dr. Luis Paschoali - Foto divulgação

Dr. Luis Paschoali – Foto divulgação

Além disso, o médico sinaliza que será possível atingir uma melhor adesão ao tratamento, um emagrecimento saudável, sustentado e ainda auxiliar no controle de doenças preexistentes.

Atividade física

Luis Felipe afirma que a atividade física é importante para manter a perda de peso, já que ela contribui com cerca de 5% da perda de gordura. O restante deve ser obtido através do controle da alimentação. “Existe um mito de que exercícios aeróbicos são responsáveis pelo emagrecimento, enquanto exercícios resistidos, como a musculação, são para ganhar massa. Na verdade, os dois são importantes, promovem perda de peso e ambos devem ser praticados numa rotina saudável”, pontua.

Para ratificar a informação, o médico cita Endocrinologia Clínica, de Lucio Vilar. O livro mostra que o exercício físico provoca aumento no volume das células musculares, além de promover uma série de alterações celulares, como a multiplicação no número e melhoria da eficiência das mitocôndrias — pequenos órgãos que ficam na célula, responsáveis pelo fornecimento de energia obtida a partir do açúcar.

Essas alterações fazem com que o metabolismo tenha maior quantidade de energia para se manterem ativas. Conforme Paschoali, se houver uma interrupção na execução de atividade física, a tendência é ocorrer o efeito contrário — redução da massa muscular, do número de mitocôndrias e queda na sua eficiência. Como consequência, a manutenção da perda de peso se dificulta.

Obesidade

Dados do Atlas Mundial da Obesidade-2023 mostraram que a obesidade deve apresentar um crescimento acima do comum nos próximos anos. No Brasil, a estimativa é que até 2035, 41% da população adulta conviva com a doença. Paschoali esclarece que a obesidade ainda não tem cura, mas existe controle, seja com medicação ou cirurgia. Entretanto, como destaca o médico, a única forma de controlá-la definitivamente é tentar imitar a maneira como os nossos ancestrais viviam, comendo alimentos saudáveis, diversificados, na quantidade ideal para o seu metabolismo e praticar atividade física.

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